A infância é uma etapa privilegiada na idade do Homem. Julgamos que nunca, como nesta altura, o ser humano é tão aberto, tão empreendedor. Aberto às experiências, à intuição do conhecimento, ao gosto de aprender e de saber. À avidez e à a alegria de “fazer” junta-se a necessidade de se exprimir pela fala, de comunicar e de assumir uma voz socialmente participativa; nos relatos do quotidiano e nas histórias, pelo faz-de-conta, permitindo todas as fantasias, pelo desenho para exprimir o que se sente e o que vê. A disponibilidade para a aprendizagem da VIDA é enorme.
A Escola também deve ser um espaço privilegiado de resposta às necessidades, desejos,
expetativas dos alunos. Um espaço democrático onde fluí a comunicação, um local de
investigação, um centro de
cultura e cidadania, permanentemente aberto ao meio, à
VIDA, o que implica, necessariamente, uma reestruturação nas dinâmicas do poder.
Esta reestruturação implica a partilha do poder, que pressupõe a libertação, a promoção
e o desbloqueamento da palavra,
só possível porque integrada num clima favorável à
expressão. É através da libertação da palavra que passam para a Escola as vivências dos
alunos, os seus valores, os seus saberes e saberes
-
fazer que cada um partilha com os
outros numa Escola – espaço de aprendizagem em cooperação.
Nóvoa (1992), refere que uma pedagogia de sucesso será aquela que terá o seu ponto de
partida nas aprendizagens contextualizadas, dando
-
lhes um sentido real, reproduzindo
processos sociais adjacentes. Ainda nesta linha
de pensamento, Dewey (1916) e Thelen (1960), referidas por Arends (1995), a sala de aula deveria ser uma micro sociedade, uma democracia em ponto pequeno, tudo isto dentro de regras e procedimentos que
envolvessem os alunos nos processos e lhes fosse atribuída responsabilidade.
É assim que, inseridas em estruturas de comunicação, participação e democracia se
constrói a história de um grupo, a sua cultura, num processo sempre dinâmico de
interação entre alunos, entre professor
-
alunos, entre a Escola e a Comunidade.
Este modelo cultural de organização social do trabalho de aprendizagem escolar e de
desenvolvimento sociomoral dos educandos estrutura
-
se a partir de alguns conceitos
nucleares, que visam construir a formação democrática através dos circuitos de
comunicação,
as estruturas de cooperação educativa e a participação democrática direta,
assentando esta estrutura no trabalho cooperativo,
projetos
de investigação de estudo ou
de intervenção social, quer
seja realizada na escola ou na sociedade (Niza 2005).
Todo o trabalho assenta numa organização social e responsável, onde a expressão dos
alunos, os seus interesses mais profundos, são colocados em comum e organizados em
conjunto para levar à aquisição de conhecimentos e ao cumprimento do Currículo
nacional, que desde
o início do ano é entregue à regulação cooperada com eles.
Nesta Escola, cada um tem o direito de ser diferente, de crescer em democracia pelo seu
exercício quotidiano, apropriando
-
se de modelos de participação. Pois é uma escola
inclusiva e respeitadora
de toda a diversidade, dá ao aluno o direito à diferença e
apresenta soluções no sentido de que todos tenham sucesso nas suas aprendizagens.
Assim, respondendo às várias caraterísticas dos alunos, bem como às suas
necessidades específicas, organizam
-
se as
salas de modo a haver vários espaços e
materiais que possam responder ao trabalho diversificado
, facilitador da autonomia dos
grupos. As aulas dispõem, então, para isso, de todo o material indispensável à
especialidade a que se destinam, material esse que
está estruturado e disponível para a
sua fácil utilização.
Este modelo de organização pedagógica pressupõe uma autêntica cooperação educativa.
Consequentemente o professor assume uma postura de partilha com os alunos, de poder
de decisão sobre a vida da
turma, contribuindo, tal como cada um dos outros elementos
do grupo, com o seu saber e a sua capacidade de trabalho. O professor desempenha um
papel de mediador, oferecendo
-
se como modelo, promovendo o auto
-
conhecimento e as
consciencializações dos alunos.
O professor é assim um auditor, um animador, um
agente cívico, democrático.
Os alunos são sujeitos ativos, construtores de projetos, coorganizadores do trabalho,
comunicadores, produtores de saberes.
A Escola é, assim, efetivamente, uma Escola para TODOS,
especialmente para os mais
vulneráveis e com mais necessidades.
Vivemos nas sociedades momentos de crise de identidade. Não é de agora, mas esses momentos –
para os quais o Homem ainda não se sente
convenientemente preparado
–
refletem
-
se nas inúmeras estruturas sociais que procuram promover nas suas reflexões a
busca de um equilíbrio em torno das novas realidades existentes, assim como das
necessidades que entretanto vão surgindo cada vez mais evidentes.
Essa procura tem favorecido o (re)surgimento
de valores no sentido da cidadania
–
como a solidariedade, a cooperação, a inclusão, a ecologia...
-
que se vêm afirmando
como vetores essenciais de desenvolvimento.
São, por isso, sociedades em busca de si
próprias
e Homens entregues à pureza das suas
utopias. Somos, por isso, indivíduos sedentos de poesia porque da poesia, como diz o
próprio poeta, nos alimentamos. Queremos assumir este sentido e por isso aqui estamos:
a participar nesta construção ativa; a
construir ativamente esta participação; a ativar a
construção da participação.
As escolas são, cada vez mais, lugares por excelência no desenvolvimento das crianças.
São espaços sociais de emoções, de trocas e de
aprendizagens; são dinâmicas
permanentes; são interações espontâneas; são estruturas formativas. São, por isso,
inevitáveis centros de conflitualidade onde as certezas e incertezas da sociedade se
refletem, onde as inclusões e exclusões se manifestam, onde tão facilmente se promove a felicidade como se consegue a injustiça...
Cabe-nos a nós, comunidade educativa, construir uma escola que seja um espaço onde
se praticam os valores essenciais
na construção de uma vida democrática, uma escola
onde se defenda, o
nde se viva, onde se acredite e onde se lute por uma verdadeira escola
para todos, numa efetiva educação para a cidadania.
Uma educação para a cidadania que se torne, acima de tudo, uma crença e uma
descoberta de cada um e de todos, consigo e com os outros, nas dimensões pessoal,
cultural e social de cada indivíduo:
Numa dimensão pessoal, onde se promova um efetivo desenvolvimento:
•
da auto
-
estima;
•
da consciência do seu percurso de aprendizagem;
•
da consciência de si;
•
da solidariedade;
•
do sentido de justiça;
•
do sentido crítico;
•
da autonomia;
•
do sentido de responsabilidade;
•
da perseverança;
•
da capacidade de organização;
•
da capacidade de decisão;
•
da espontaneidade;
•
da criatividade.
Numa dimensão cultural, onde se procure fomentar a aquisição de um saber
estruturado em domínios diversificados, assim como a construção de produtos culturais partilháveis.
Numa dimensão social, onde se insista, numa obsessão coerente e permanente, por uma prática que privilegie o desenvolvimento:
•
da capacidade de intervenção;
•
do respeito pelos outros;
•
da relação com o outro;
•
da cooperação;
•
da capacidade de comunicação.
Uma escola para todos significa o respeito por cada um, pelas suas diferenças e
caraterísticas, pelas suas opiniões e crenças, pelas suas vontades e prazeres.
A estrutura cooperativa pressupõe que cada um dos membros do grupo só possa atingir o seu
objetivo se cada um dos outros o tiver atingido também, quer dizer, o sucesso de um
aluno contribui para o sucesso do conjunto dos membros do grupo.
A escola é um espaço de encontros, onde os conhecimentos, as expetativas, os afetos e
a criatividade de cada um se cruzam, numa fluência que se pretende partilhada em
grupo, m dinâmicas de cultura e saber, onde cada criança sente a oportunidade que é
ser-se capaz de investigar, de conseguir saciar as suas curiosidades e dúvidas, de lutar
pelos seus saberes num ambiente verdadeiramente solidário e democrático que transmita
ao mesmo tempo a segurança e a alegria de estarmos juntos, assim como a sensação e a certeza de que o presente
e o futuro somos nós que o construímos!
É, igualmente, um espaço onde cada um se encontra consigo mesmo, nas suas procuras
de crescimento e personalidade, na verdade das suas relações, dos seus medos, gostos,
raivas e angústias... na (in) certeza da sua pessoa. Será, por isso também, um espaço
onde todos se irão conhecendo melhor a si próprios, guiados e guardados por toda uma
dinâmica socio-cêntrica, natural e reflexiva, que procura promover o real crescimento
de cada um, como ser e como cidadão.
Queremos estar neste encontro da construção do presente e do futuro, da luta pelas
utopias. E para tal é nossa coerência procurarmos e refletirmos permanentemente sobre
os caminhos que percorremos, com o espírito insatisfeito de quem procura sempre mais
e melhor, mas ao mesmo tempo orgulhoso e seguro de quem gosta de se sentir à procura
porque a procura é um ato de coragem e de participação. E é por isso que é preciso ser-se e estar-se vigilante, nas palavras e nas ações.
As procuras e os encontros consubstanciam-se com práticas sólidas e a força integrativa e formadora que a organização representa. Cada instituição deverá implementar uma
dinâmica reflexiva suscitada pelo desenvolvimento das práticas profissionais dos seus
elementos na construção duma praxis pedagógica/democrática. É assim que nasce o que
se chama de Modelo Pedagógico, onde a pedagogia é entendida como uma cultura, algo
por nós construído para guiar a ação, mas logo transformado pela reflexão crítica e
autoformativa.
Desde a sua fundação, que a nossa instituição procura desenvolver a sua cultura no
âmbito do Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna.
“Este modelo cultural de organização social do trabalho de aprendizagem escolar e
de desenvolvimento sociomoral dos educandos estrutura-se a partir de alguns
conceitos nucleares, que visam construir a formação
democrática através dos circuitos de comunicação, as estruturas de cooperação educativa e a participação
democrática direta, assentando esta estrutura no trabalho cooperativo, projetos de
investigação, de estudo ou de intervenção social, quer seja esta realizada na escola ou na sociedade”, (Niza 2005).
Segundo Niza (1998), o Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna tem por
base um conjunto de orientações que imprimem direção ao processo educativo, na convicção de que os meios pedagógicos veiculam em si os fins democráticos da
educação:
•
A ação educativa centra-se no trabalho diferenciado dos alunos e não no ensino
simultâneo do professor.
•
O desenvolvimento das competências cognitivas e sócio-afetivas passa pela
ação e pela experiência, efetiva, dos alunos, organizados em estruturas de
cooperação educativa.
•
O conhecimento constrói-se pela consciência do percurso da própria construção:
os alunos
caminham dos processos de produção integrados nos projetos de
estudo, de investigação ou de intervenção, para a compreensão dos conceitos e
das suas relações.
•
Os alunos partem do estudo, da experiência e da ação nos projetos em que se
envolvem, para a sua
comunicação. A necessidade de comunicar o processo e os
resultados de um projeto de trabalho dá sentido social e imediato às
aprendizagens e confere-lhes uma tensão organizadora que ajuda a estruturar o
conhecimento.
•
A organização contratada da ação educa
tiva evolui por acordos
progressivamente negociados pelas partes (professores e alunos e alunos entre
si). A gestão dos conteúdos programáticos, a organização dos meios didáticos,
dos tempos e dos espaços faz-se em cooperação formativa e reguladora.
•
A realização de trabalho escolar fora da sala de aula (trabalhos de casa) apenas
decorrerá do Plano Individual de Trabalho.
•
A organização de um sistema de pilotagem do trabalho diferenciado dos alunos,
em estruturas de cooperação, assenta num conjunto de mapas d
e registo. O sistema de pilotagem sustenta o planeamento e a avaliação cooperada das
aprendizagens e da vida social da turma.
•
A prática democrática da organização, partilhada por todos, institui-se em
Conselho de Cooperação Educativa: o Conselho, com o apoio cooperante do
professor, é a instituição formal de regulação social da via escolar.
•
Os processos de trabalho escolar devem reproduzir os processos sociais
autênticos da construção da cultura nas ciências, nas artes e na vida quotidiana:
as estratégias de aprendizagem orientam-se pelas estratégias metodológicas
próprias de cada área científica, tecnológica ou artística e não por transposições
didáticas.
•
Os saberes e as produções culturais dos alunos, partilham-se através de circuitos sistemáticos de comunicação e de aprendizagem.
•
A cooperação e a interajuda dos alunos na construção das aprendizagens, dão
sentido social imediato ao desenvolvimento curricular.
•
Os alunos intervêm no meio, interpelam a comunidade e integram na aula
“atores” da comunidade educativa, como fontes de conhecimento dos seus
projetos de estudo e de investigação.
Estes princípios determinam uma dinâmica que assenta num
modelo democrático e cooperativo, na pedagogia diferenciada, em
metodologias interativas e, naturalmente, em posturas ativa e de suporte por parte de todos.
É fundamental num modelo destes a participação democrática direta na organização e
gestão do currículo e da escola enquanto formação para a vida democrática. Os valores,
as atitudes e competências sociais e éticas que a democracia integra constroem-se com todos em cooperação, em evidentes relações simétricas e assimétricas que vão
desenvolvendo a própria democracia na escola. Esta, na interacção escolar e formativa,
requer uma participação direta e não em forma de delegação ou de representação. A
relação democrática na pedagogia do MEM pressupõe, assim, a gestão cooperada do
currículo escolar, bem como de todas as dinâmicas que a operacionalizam:
planeamento, realização e avaliação, que desta forma, em permanente construção, se assumem como operações formativas na apropriação do currículo, integrando todo o
processo de ensino-aprendizagem. Algumas destas caraterísticas, promotoras de
atitudes e valores democráticos são:
•
A regulação cooperada das aprendizagens e das relações sociais que as engendram;
•
O controlo democrático e direto das decisões e poderes;
•
O uso sistemático do debate e da negociação de objetivos e procedimentos;
•
O uso de estruturas de cooperação na apropriação e
construção da aprendizagem;
•
O desenvolvimento constante da partilha.
“ A estrutura cooperativa pressupõe que cada um dos membros do grupo só possa
atingir o seu objetivo se cada um dos outros o tiver atingido também. O sucesso de um
aluno contribui para o sucesso do conjunto dos membros do grupo.” (Niza, 1998, p.79)
“A aprendizagem cooperativa permite aos docentes alcançar várias metas
importantes ao mesmo tempo. Em primeiro lugar, ajuda-o a elevar o rendimento de
todos os alunos, incluindo tanto os especialmente dotados como os que têm
dificuldades para aprender. Em segundo lugar, ajuda-o a estabelecer relações
positivas entre os alunos, assentando assim as bases de uma comunidade de
aprendizagem em que se valoriza a diversidade. Em terceiro lugar proporciona aos
alunos as experiências que necessitam para alcançar um saudável desenvolvimento
social, psicológico e cognitivo.” Jonhson, Jonhson, Holubec, (1999, p.9)
Uma pedagogia diferenciada pelo respeito que nos merece a criança; pela lógica que é o assumir que as nossas diferenças, as nossas caraterísticas e as nossas necessidades implicam uma forma diferenciada de estar, num ensino que valorize o sentido social das aprendizagens; pela consciência que esta realidade irá determinar novas formas de gestão – de saberes, de capacidades, de afetos, de interesses... - onde o papel do professor, do grupo e da partilha irá ser fundamental na compreensão, no conhecimento e no crescimento de cada um de todos; pela essência que é acreditar-se que os dias de hoje já não se compadecem com a imagem mais ou menos estereotipada do passado onde todos os alunos aprendem e têm que aprender a mesma coisa ao mesmo tempo e da mesma maneira!
Tendo por base uma teoria socioconstrutivista, trabalhamos com um
método interativo, onde ouvir o que a criança tem para nos dizer e dar-lhe a oportunidade de falar do que está no seu interior é uma maneira desta se reconstruir. Esta ideia,
desenvolvida por Vygotsky, defende que a criança tem dentro
de si ideias sobre as coisas que viveu, que sentiu, tocou, observou, entre outras, e é a partir dessas ideias que
o professor deve iniciar a construção do conceito a que se propõem trabalhar. O
conhecimento é isto mesmo, um constante avançar e recuar para reorganizar as novas ideias que se vão encaixando no nosso pensamento ecológico, sendo que, tudo isto é
operado pela linguagem, um poderoso meio de mediação com o outro e com a
sociedade, mas acima de tudo, com ele mesmo.
O aluno tem, deste modo um papel ativo, o papel principal na construção e avaliação
das suas aprendizagens e está em contínua interacção com o grupo, numa permanente
produção e comunicação, o que é fator essencial para o seu crescimento,
já que a
tomada de consciência do seu percurso, das suas conquistas e fragilidades irá contribuir
para a sua estruturação – como aprendiz e como cidadão. Por outro lado, ao favorecer-se uma intervenção consciente na vida da comunidade escolar, desenvolve-se a capacidade de reflexão, o sentido crítico e a responsabilização, o que, por sua vez, irá contribuir
para a promoção da sua autonomia. E à medida que a criança se vai tornando mais
autónoma, vai sendo cada vez mais capaz de colaborar, de cooperar e de ser solidário.
O professor representa um agente cívico e democrático, de suporte, assumindo um papel
de animador e facilitador das aprendizagens e das dinâmicas. É um elemento do grupo
que, participa e incentiva o diálogo e a cooperação, nos vários momentos
significativos, favorecendo a tomada de consciência dos vários processos em curso,
criando uma verdadeira comunidade de aprendizagem capaz de promover sucessos e reconhecer
obstáculos.
A dinâmica deste modelo pressupõe, também, uma diferente orientação no
que diz respeito à avaliação. Assim, a avaliação (auto e hetero) é encarada como uma prática
reguladora do ensino/aprendizagem, numa vertente formativa onde alunos e professores
se responsabilizam pelas aprendizagens, em partilhas e dinâmicas permanentes
e constantes, relativamente a tudo e não só aos saberes, através de competências
transversais e com sentido que atravessam todo o Ciclo escolar.
Tudo isto se desenvolve em cinco estruturas de trabalho curricular de diferenciação
pedagógica (explicitadas no Projeto Curricular da Escola):
Trabalho cooperativo em projetos temáticos de estudo, de produção artística, de pesquisa científica ou intervenção social, para desenvolvimento das aprendizagens curriculares, acompanhado rotativamente pelo professor.
Trabalho em coletivo, onde, com a colaboração ativa dos professores e comparticipada por todos, se constroem ou se reconstroem conceitos e saberes ou se procede à revisão ou reescrita de textos que sirvam as diversas áreas do currículo.
Reuniões de Conselho para planeamento, avaliação, análise de ocorrências significativas, reflexão ética para clarificação e construção de regras de vida para o desenvolvimento sócio-moral (instrumentos de planeamento/avaliação e Diário de Turma).
Comunicação e difusão do trabalho em projetos, apresentação de produções, divulgação de publicações, exposição de trabalhos, troca de correspondência e interacção virtual. Estas acções são submetidas à reflexão sobre os efeitos da sua apropriação ou utilização social.
Estudo e aprofundamento dos conteúdos disciplinares, treino e produção inteletual dos alunos guiados por um plano individual de trabalho periódico. Trabalho rotativo do professor para ensino interativo dos alunos que precisam de acompanhamento individualizado.
O Projeto Educativo é avaliado todos os anos escolares, em Conselho de Docentes, de acordo com as necessidades apresentadas dos diferentes grupos e educadores e professores. Consideramos a avaliação uma etapa do trabalho de projeto, onde refletimos sobre a escola que temos e a escola que queremos ter. Esta avaliação será feita com base na nossa vivência escolar e nas investigações pedagógicas e científicas discutidas na nossa formação profissional.
Todos os anos, o grupo dos meninos que vão para o 1º ano, bem como as turmas todas do 1º Ciclo realizam um projeto de grupo – o Acantonamento. Estas iniciativas, muito importantes e que fazem parte do Projeto Educativo da Escola, acarretam um conjunto de objetivos e dinâmicas que são trabalhadas especificamente com os respetivos docentes. Assim, em tempos diferentes e definidos por cada grupo, os meninos envolvem-se em tudo o que tem a ver com a preparação de uma saída de vários dias (2, 3, 4 ou 5, em função dos grupos), onde para além de aspetos relacionados com as vivências entre todos e as valências emocionais que isso aporta para cada um e para o grupo, participam ativamente nos vários aspetos inerentes a este tipo de iniciativas, que implica uma grande logística e aporta possibilidades de trabalho de campo únicas. Temos, por isso, como certo, que estes momentos – antes, durante e depois – deixam nos alunos riquíssimas experiências que geralmente os acompanham para o resto das suas vidas de forma carinhosa e emocionada. Experiências de vida em comum, de relacionamento, de autonomia, de aprendizagens outras...
Niza, S. (1998). A organização social do trabalho de aprendizagem no 1º Ciclo do
Ensino Básico. Inovação, 11, 77-98.
Exposição do Movimento da Escola Moderna (apresentada quando a Associação comemorou os 40 anos de existência).
O Projeto Educativo desenvolve-se em cinco estruturas de trabalho curricular: